domingo, 20 de março de 2011

fonte: http://extra.globo.com

Rastros de Kadafi no Brasil: fundo bilionário da Líbia tem interesse em megaprojeto de irrigação na Bahia


Danielle Nogueira, Enviada especial
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XIQUE-XIQUE (BA) — É no sertão baiano, às margens do Rio São Francisco, que o governo de Muamar Kadafi — envolvido em uma sangrenta disputa com rebeldes para se manter à frente da Líbia — pode fazer sua grande aposta de investimento no Brasil. É lá, nas cidades de Xique-Xique e Itaguaçu da Bahia, a 500 quilômetros de Salvador, que está sendo implantado um dos maiores projetos de irrigação do país: o Baixio do Irecê, com orçamento de R$ 880 milhões, dos quais R$ 550 milhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
O Baixio do Irecê, um dos maiores projetos de irrigação do país, tem orçamento. Foto: Márcia Foletto
O projeto por ora está sendo tocado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), estatal ligada ao Ministério da Integração Nacional, e deve ser licitado ainda este ano no âmbito das Parcerias Público Privadas. Entre os cotados para ganhar o leilão está o consórcio formado pela Codeverde — que tem como sócio majoritário o grupo Odebrecht — e o bilionário fundo soberano da Líbia, o Libian Arab Foreign Company (Lafico), controlado pelo governo Kadafi e com investimentos diversos, que inclui até o time de futebol italiano Juventus.
O consórcio já destinou US$ 1,5 milhão — cada parceiro arcou com metade dos custos — para o desenvolvimento de uma proposta de modelo de negócios para a região, apresentada ao governo brasileiro em 2007 e que hoje está sendo aprimorada pelo Banco Mundial. É ela que servirá de base para o edital de licitação do Baixio do Irecê. Para a elaboração do estudo foram contratados na época o banco Santander, a empresa de engenharia gaúcha Magna e a consultoria de agronegócios FNP.
Odebrecht vendeu terras à estatal
Segundo a Codevasf, a ideia é promover, às margens do “Velho Chico”, o cultivo de cana-de-açúcar e frutas, além de grãos como feijão e milho. A produção deve ser iniciada em cinco anos, e a soma de terras irrigadas será de 48 mil hectares. O consórcio vencedor terá de apresentar o modelo de aproveitamento das terras e concluir as obras, até agora realizadas com recursos públicos. Hoje, já há 42 quilômetros de canais construídos — o equivalente a uma maratona — de um total de 84 quilômetros. O prazo de concessão será de 35 anos.
A Codeverde não dá detalhes sobre as negociações de terras, mas reitera seu interesse no projeto. Diz ainda que, mesmo após a Líbia ter entrado em uma guerra civil, quando o edital de licitação sair consultará o Lafico para saber se ele manterá sua participação na segunda fase do empreendimento. Caso a parceria se confirme, não será a primeira vez que o grupo Odebrecht fará negócios com o governo de Kadafi. A empresa é responsável por obras orçadas em US$ 5 bilhões em Trípoli.
Realização do preojeto divide opiniões das comunidades que vivem na região. Foto: Márcia Foletto
Enquanto a licitação do Baixio do Irecê não sai, o projeto divide moradores da região. Segundo estimativas da Comissão Pastoral da Terra (CPT), há 23 comunidades, totalizando 1.200 famílias, vivendo no entorno do empreendimento. A maioria vive da pesca, da pequena lavoura e da criação de animais. A abertura de vagas com as primeiras fases das obras — a cargo de Andrade Gutierrez, da goiana Emsa e da mineira Barbosa Mello — enche os olhos de alguns, como João Vieira de Souza, de 43 anos, morador de Carneiro.
Pai de cinco filhos, Souza tirava o sustento da pesca e da plantação de mandioca e melancia. Após a chegada das empreiteiras, trabalhou um ano e sete meses no projeto de irrigação, com carteira assinada e um salário de R$ 550 mensais. Com o dinheiro, ergueu uma casa de alvenaria — antes morava em uma de taipa — e conseguiu comprar uma TV colorida.
Na comunidade vizinha, Boa Vista, é fácil encontrar pessoas contrárias ao empreendimento. A razão é simples: as terras onde os moradores criavam seus animais hoje estão cercadas. Foram desapropriadas pela Codevasf e serão concedidas às empresas vencedoras do leilão. João Ferreira Santos, de 37 anos, criava suas seis cabeças de gado nas antigas fazendas sem ser incomodado pelos ex-proprietários. Agora, sabe que terá de encontrar outra fonte de renda.
Leia a íntegra da reportagem na edição do Globo Digital(exclusivo para assinantes)

terça-feira, 8 de março de 2011

A criança que calou o mundo por 5 minutos

IESA Fabrica Descascador de Madeiras para ANDRITZ / KLABIN

IESA Fabrica Descascador de Madeiras para ANDRITZ / KLABIN


A IESA está produzindo um descascador de madeiras para a ANDRITZ, tendo como cliente final a Klabin, em Telêmaco Borba, no Paraná. O contrato de R$ 2,7 milhões, administrado no CdE de Equipamentos de Processo, prevê a entrega de um produto com 170 toneladas, 20 metros de comprimento e com Ø externo de 6 metros. A fabricação do equipamento começou em outubro de 2010 e a previsão de entrega é para março deste ano.



As chapas de carbono que compõe o descascador foram importadas para cumprir requisitos de impacto exigidos nas especificações técnicas da ANDRITZ. Segundo João Edson Montanari, coordenador de contratos da IESA, o produto está em fase final de montagem, o que é considerado o estágio mais crítico do projeto. “Agora estamos alinhando o equipamento e é necessária muita precisão”, diz ele.



“Temos tradição na manufatura de equipamentos nesta linha de negócios. Em 2009, também fornecemos um Descascador de Madeiras à ANDRITZ, sendo a Norske Skog Pisa o cliente final”, comenta Montanari.



Segundo Montanari, “É um equipamento com a cara da IESA, pois reflete a capacidade de produção de nossa fábrica”.

Processo de Descascamento:

No processo de fabricação da celulose, a madeira é descascada e picada, obtendo-se então os “cavacos” de madeira. Estes são transportados para o processo de produção de Polpa de Celulose, cujo produto final será a Celulose ou o Papel. As cascas removidas durante o descascamento são utilizadas como combustível para as caldeiras.

O principal objetivo do descascador de madeira é retirar as cascas para que o produto final, a polpa da árvore, contenha um baixo teor de impureza, uma vez que a casca é impura e quando misturada faz com que o papel seja considerado de baixa qualidade.



As toras de madeira são colocadas no descascador que está em rotação. Com isso a constante fricção contra a parede do descascador e as outras toras faz com que as cascas se desprendam e sejam descartadas.

fonte: http://www.iesa.com.br/site/Noticias/descascadormadeira.htm