segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Transoeste: obra do Túnel da Grota Funda começa nesta quarta

Publicada em 14/09/2010 às 23h36m
Daniel Brunet

RIO - O Túnel da Grota Funda, na Zona Oeste, começará a ser aberto na manhã desta quarta-feira. A prefeitura considera essa etapa a mais importante para a construção da Transoeste , corredor expresso de 32 quilômetros que ligará a Barra da Tijuca a Santa Cruz e ficará pronto em 2012. Às 9h, será feita a primeira explosão em rochas e, em 10 segundos, serão detonados cerca de 25 quilos de dinamite. A construção do túnel durará 10 meses, abrindo caminho entre a Estrada do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, e o canal do Rio Portinho, em Guaratiba.

Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro.

A explosão das rochas será acionada pelo prefeito Eduardo Paes, pelo presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. E, em seguida, começa a perfuração da Serra da Grota Funda.
A estimativa da prefeitura é que sejam feitas até três explosões por dia, usando entre 900 e 1.350 quilos de explosivo. Até meados de 2011, serão detonadas 400 toneladas de dinamite. A Transoeste - assim como a Transolímpica e Transcarioca - faz parte do projeto de melhorias da estrutura viária da cidade, para o Rio ter condições de realizar a Copa de 2014 e as Olimpíadas, em 2016.
Metade do tempo para ir da Barra a Santa Cruz
O novo túnel terá duas galerias com 1.100 metros de comprimento. O corredor expresso vai reduzir pela metade o tempo médio de viagem entre a Barra da Tijuca e Santa Cruz, que hoje chega a duas horas e meia.
A abertura do Túnel da Grota Funda é a segunda de três etapas de construção da Transoeste. Essa fase vai consumir 80% dos R$ 692,1 milhões previstos para o corredor expresso. Além do túnel, serão implantadas pistas laterais na Avenida das Américas, entre a Avenida Salvador Allende e a Estrada vereador Alceu de Carvalho. A ponte sobre o canal de Sernambetiba será duplicada, assim como os trechos da Avenida das Américas entre a Estrada do Pontal e a Rua vereador Alceu de Carvalho; e da saída do Túnel da Grota Funda até a Estrada da Matriz, também em Guaratiba.
Após o período de explosões, a Secretaria municipal de Obras começará a instalar os sistemas de segurança, ventilação e iluminação do túnel, além de fazer drenagens para evitar possíveis infiltrações. Parte das rochas explodidas será usada na terraplanagem dos trechos que serão alargados na Avenida das Américas. A reutilização do material vai reduzir o fluxo de caminhões retirando entulho. Durante o trabalho, a estrada da Serra da Grota Funda continuará aberta ao tráfego de veículos.
A fase 1 da Transoeste inclui a adaptação da Avenida das Américas, entre o Terminal Alvorada e a Avenida Benvindo de Novaes, para receber os BRTs (Bus Rapid Transit) e a construção de dois viadutos . A obra de um deles, na esquina das avenidas Salvador Allende e Américas, começou em julho. O outro ficará na esquina das avenidas das Américas e Benvindo de Novaes. A terceira etapa será a duplicação do trecho das Américas entre a Estrada da Matriz, em Guaratiba, e a Estrada da Pedra, em Santa Cruz. Serão três faixas por sentido.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Zeng Guang'han O Construtor - Maquinas Chinesas entran no mercado Brasileiro.

Podemos construir? Podemos sim. Podemos consertar? Podemos sim." Quem tem filhos pequenos certamente já ouviu o refrão do tema de "Bob, o Construtor". O personagem, astro do canal Discovery Kids, é um simpático empreiteiro, rodeado de máquinas animadas, como escavadeiras, motoniveladoras e empilhadeiras. Na China, este personagem é real. Seu nome é Zeng Guang'han e seu império se chama LiuGong, uma empresa de US$ 1,6 bilhão, dez mil funcionários e que vem se expandindo rapidamente no Brasil. A LiuGong já começou a aparecer - como ameaça concreta - no radar de gigantes como Case, Caterpillar, Hyundai e Komatsu. Até porque, como toda empresa chinesa, a LiuGong é imbatível num aspecto crucial: o preço. Mr. Zeng, como ele é chamado por sua equipe, garante que suas máquinas são, pelo menos, 30% mais competitivas do que as dos concorrentes. Mas faz uma ressalva. "Nossa preocupação básica é a qualidade, e não o preço", disse ele, numa entrevista exclusiva à DINHEIRO. "Somos representantes de uma China que quer construir empresas eficientes, mas, sobretudo, de classe mundial."



A história da LiuGong é também um espelho do modelo chinês. Durante anos, a empresa foi parceira da americana Caterpillar. Uma vez adquirida a tecnologia e vencido o contrato, os chineses decidiram caminhar sozinhos. E também se beneficiaram do fato de a China ser hoje o maior canteiro de obras do mundo, com um programa de US$ 450 bilhões em andamento. "Participamos de grandes obras, como estradas, aeroportos e a hidrelétrica de Três Gargantas", diz ele. Em tamanho, essa usina é comparável apenas a Itaipu. E hoje o maior projeto que vem sendo colocado em marcha pelo governo central é a criação de um sistema nacional de trens de altíssima velocidade, seguindo o exemplo japonês. "Também estamos atuando nisso", diz ele.

A pujança do mercado interno chinês de obras públicas, no entanto, não confinou a empresa às suas próprias fronteiras. Em 2004, Mr. Zeng tomou a decisão estratégica de internacionalizar a LiuGong e isso se deu numa velocidade estonteante. Hoje, a empresa tem revendedores em 80 países. A primeira fábrica fora da China está sendo construída na Índia. E uma segunda pode ser instalada no Brasil, que concorre com o México. "A possibilidade de produção local é concreta", diz Zeng. A região mais cotada para ganhar uma fábrica é Minas Gerais, em razão da vocação econômica do Estado, que concentra grandes empreiteiras e também boa parte do setor minerador. E foi lá que as primeiras máquinas chinesas começaram a ser vendidas no País, trazidas pelo empresário Alberto Orellana, da BH Máquinas. "Fui à China várias vezes em busca de um parceiro confiável e de qualidade", diz ele. "Já vendi equipamentos para empresas que prestam serviços para companhias como a Vale e a Belgo."

Além dos revendedores, a empresa também nomeou no Brasil seu presidente para a América Latina, que é o americano James Donghue, egresso da Case. A política de recrutamento é também um dos diferenciais da LiuGong. Nos seus quadros, há executivos de diversas nacionalidades, que já passaram por várias concorrentes. "Nós realmente não queremos ser percebidos como uma empresa de baixo custo, mas como uma companhia que concorre em pé de igualdade com as gigantes globais", diz Donghue. O americano, que já havia trabalhado no Brasil, acredita que este é um dos melhores momentos da história econômica do País e enxerga o PAC como uma oportunidade para empresas ligadas ao setor de construção. "O Brasil é um dos países com maior potencial de expansão no mundo", diz ele.
Mr. Zeng também participou das reuniões entre empresários dos dois países na última missão econômica do presidente Lula a Pequim e ficou entusiasmado com o tom das conversas. "O Brasil vê a China como um parceiro estratégico e nós enxergamos o Brasil da mesma forma", diz ele. Zeng, no entanto, discorda da tese de que os chineses querem apenas importar matérias-primas do Brasil e vender produtos manufaturados. "Nosso mercado é aberto e 100% competitivo", diz ele. "Mas como ainda somos um país pobre, não podemos nos dar ao luxo de pagar mais caro." Ou seja, ganha quem for mais eficiente. E sua mensagem para os empresários brasileiros é tão simples que caberia num ideograma. "Tudo o que falarem de ruim sobre a China é mentira; o que falarem de bom é verdade."

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ALCOODUTO 2011.

Petróleo e gás
Ter, 25 de Janeiro de 2011 12:19
Lula estará presente na assinatura de contratos entre a Petrobras e empreiteiras

A Petrobras inicia nesta terça-feira (23), as obras do Sistema Integrado de Transporte de Etanol da PMCC, primeiro alcoolduto do mundo. A empresa receberá investimentos de mais de R$ 5,7 bilhões e terá mais de 850 km de extensão, atravessando 45 municípios e ligando as principais regiões produtoras de etanol nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso à Refinaria de Paulínia (Replan), em Paulínia (SP).

Parte deste sistema integrado será composto por um etanolduto de longa distância, entre as regiões de Jataí (GO) e Paulínia, de acordo com nota divulgada pela Petrobras. Quando concluído, o projeto terá capacidade instalada de transporte de até 21 milhões de metros cúbicos de etanol anuais.

Primeiro trecho

O início do primeiro trecho, de 202 quilômetros entre Ribeirão Preto e Paulínia, ocorre nesta terça, em cerimônia na cidade do interior paulista que é o principal pólo produtor do combustível do país. No evento, que contará com as presenças do presidente Lula e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, serão assinados contratos e o Termo de Compromisso entre Petrobras, Camargo Corrêa, Copersucar, Cosan, Odebrecht Transport Participações e Uniduto para a constituição de uma associação visando dar continuidade à implementação do sistema.

A maior parte do sistema será construída utilizando as áreas de passagem de dutos já existentes e será integrado ao sistema de transporte hidroviário na bacia Tietê-Paraná. Os comboios de transporte, compostos pelas barcaças de cargas e os barcos empurradores, serão construídos e operados pela Transpetro. A combinação dos modais dutoviário e hidroviário do sistema Tietê-Paulínia garantirá uma melhor racionalização do processo de transporte do etanol, com os menores custos possíveis.

Cronograma

O primeiro trecho do duto iniciará a operação entre junho e agosto de 2012 e custará R$ 800 milhões. Seis meses depois, outro trecho, de Ribeirão Preto a Uberaba (MG), também escoará etanol. Após o início da operação na cidade mineira, no terceiro trimestre de 2013, a PMCC espera inaugurar um braço do alcoolduto entre Anhembi (SP) e Paulínia. Esse ramal, de 110 quilômetros - 60 quilômetros dos quais na faixa do gasoduto Brasil-Bolívia - irá receber o combustível carregado por 80 barcaças pela hidrovia Tietê-Paraná a partir de Araçatuba (SP). Nas duas cidades, haverá centros coletores de etanol.

Em 2012 deve ser iniciado outra parte do duto, entre Paulínia e São José dos Campos, no qual o etanol seguirá por outros dutos já existentes no Rio de Janeiro, até que o trecho final do empreendimento, ligando a cidade do Vale do Paraíba aos portos, seja finalizado. A obra prevê ainda um novo ramal entre Jataí e Itumbiara (GO), passando por Quirinópolis, para captar o combustível produzido na região.

A obra deve escoar 21 bilhões de litros de etanol, volume próximo à produção atual do Centro-Sul do país e prevê ainda a construção de tanques para armazenar 550 milhões de litros do combustível nas regiões dos pontos coletores. As tarifas de transporte do etanol ficarão entre 50% e 90% do custo da cobrada pelos caminhões tanque.

BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será o principal agente financeiro dos R$ 5,7 bilhões previstos de investimento. "Pedimos o máximo de financiamento possível, mas o valor (liberado) depende do setor e do índice de nacionalização, que deve ser próximo aos 100%", disse o presidente da PMCC, Alberto Guimarães.

Os pedidos de recursos junto ao BNDES serão feitos por trechos do alcoolduto e o valor ainda está em fase de negociação com o banco de fomento. "Queremos o máximo", reafirmou.
Mudança

Guimarães explicou que a PMCC, empresa inicialmente formada pela Petrobras, pela trading Mitsui e pela Camargo Correa, mudará de nome em até 60 dias. Além da saída da Mistui, que não viabilizou os planos de exportar etanol ao Japão, a PMCC conseguiu se unir a outras empresas que tinham projetos de dutos em um único empreendimento.

Com isso, o desenho societário da PMCC tem a Petrobras, Cosan/Shell , Copersucar e Odebrecht/ETH, com 20% cada, a Uniduto e a Camargo Corrêa, com 10% cada. As empresas assinarão também o contrato de associação entre elas.

O projeto previa a exportação prioritária de etanol, mas com o crescimento do mercado interno e a disparada nas vendas de veículos flex fuel, o consumo local será a meta principal da obra.

Entre 2014 e 2015, quando todo o sistema estiver finalizado e os dutos estiverem cheios de etanol, será possível ao produtor entregar o combustível em Goiás e o cliente recebê-lo em Paulínia em 48 horas. "Haverá um sistema único de segregação de qualidade do combustível, com um produto qualificado já na captação", concluiu Guimarães.